domingo, 12 de outubro de 2008

Olá,



Não foi lá muito fácil descobrir um nome para o blogue.

Revisitei nomes da minha infância, bicharada mais ou menos esquisita, heróis que saíram da pena de Emílio Salgari, como Sandokan (por acaso não exprimentei o capitão Morgan

porque parece remeter-nos para o capitão daquela espécie de peixe que a miudagem gosta) que me permitiram dar várias vezes a volta ao Mundo sem contribuir minimamente para o aquecimento global. Era tudo à vela. E ao pensar em vela e marinheiros ocorreram-me as grandes e árduas viagens realizadas pelos pescadores-marinheiros, em veleiros como o Creoula, lá para os lados da Terra Nova e outros locais. Aí chegados era lançarem-se ao mar e atulhar (parece que se chegavam a afundar de tão carregados) os seus pequenos dóris, de grandes bacalhaus, que isto nesta altura devia ser difícil apanhar os pequenos. A alimentação desta malta também era muito variada, desde que incluisse bacalhau é claro! As técnicas de conservação ? Sal, que isto do R12 ainda não apetrechava estas embarcações. E carne de animais terrestres? galinhas em capoeiras.Mas capoeiras das grandes, ainda não era possível essa maravilhosa técnica de colocar duas galinhas no espaço de uma folha A4. E quando os doentes já nem com canja recuperavam, era levá-os para o navio hospital, o Gil Enes(?) que com regularidade rondava a zona. No final da cadeia, enquanto uns rejubilavam com o lombo do animal, outros vomitavam o óleo de fígado de bacalhau.

Bom, o resultado não podia ser o melhor. Como resultado da aplicação de toda uma tecnologia
sobre este recurso, durante demasiadas décadas, poderemos assistir à extinção, com a consequente perda de biodiversidade, de algumas das espécies. Resta-nos esperar que as tecnologias que nos ajudaram a dizimar, ou quase, as espécies, nos ajudem agora a preservar o que restou. Que ao valor alimentar e por conseguinte económico, que norteou (e norteia) a desenfreada exploração dos recursos marinhos se acrescente a perspectiva ecológica que nos possibilite gerir de uma forma sustentada o que nos resta.