sábado, 22 de novembro de 2008

domingo, 9 de novembro de 2008

Ameaças à biodiversidade (cont.)

A perda total ou parcial do habitat constitui a amior ameaça.
Sabemos que as florestas tropicais são riquíssimas do ponto de vista da biodiversidade, por exemplo, o entomólogo Wilson, encontrou na floresta tropical 43 espécies de formigas apenas numa árvore, tantas espécies quantas as que existem nas ilhas Brítânicas. No entanto ,como já se referiu anteriormente, já eliminamos 40% destes ecossistemas. Mesmo que parte destes territórios sejam afectos à agrícultura ou silvicultura, estas actividades são actualmente manipuladas e geridas segundo o ponto de vista estritamente económico. Perservando algumas áreas, mesmo que enormes, não deixamos de fragmentar estes ecossistemas. Junto aos limites ou fronteiras destas zonas os factores abióticos,como por exemplo, a luminosidade, humidade, precipitação, acção do vento ou temperatura são distintos. A introdução de espécies exóticas é mais facilitada. Estudos realizados no Brasil, demostram que a perda de espécies é sempre maior, quanto maior for a fragmentação do habitat.
Outro bioma seriamente ameaçado é o dulçaquícola. A água doce, exepto glaciares e aquíferos, representa apenas 0,oo3% da superfície terrestre, mas são o habitat de 10% de espécies de peixes. Mas não são apenas os Vertebrados, cerca de 25000 espécies de insectos dependem durante o seu ciclo de vida da água doce.
Vejamos o que se passa nos lagos africanos da zona do Rift Valley, os lagos Tanganiaka, Malawi e Victória este último mais degradado. Com aproximadamnete 1450 espécies de peixes, cerca de 76% são endémicos, funcionam como que "ilhas de evolução".Verificam-se situações de acelerada especiação, para alguns mais significativa que a verificada nas Galápagos. Mas também aqui os ecossitemas se encontram ameaçados: pesca excessiva, poluição industrial e mineira e da agricultura intensiva, introdução de espécies exóticas e o excesso de sedimentos devido ao aumento da erosão dos solos.
De um modo geral, e para além do já referido, ecossistemas mais ricos,onde as taxas de evolução são mais elevadas, como os mangais, pantanais, florestas temperadas, zonas mediterrânicas e recifes estão seriamente ameaçados. Na verdade é a biosfera que se encontra ameaçada. Assim
não basta circunscrever a conservação a parques ou reservas naturais. Até porque as ameaças são globais.Chuvas ácidas, o excesso de radiação ultra violeta , a poluição generalizada da hidrosfera, ou o aquecimento global, não só não conhecem limites como também, em maior ou menor grau, resultam da actividade de todos nós. Esperar que a ciência resolva o problema da perda de biodiversidade, por si só, não é a solução. É uma questão que exige o envolvimento de toda a Humanidade.

Ameaças à biodiversidade.

Na última metade do século XX, seja porque os ecossistemas já se encontram sobre stress desde há milénios ou porque a nossa capacidade de induzir alterações é máxima, assistimos a rápidas alterações ambientais, e consequentemente com perda de biodiversidade.O aumento demográfico e o crescimento económico, embora desigual entre as nações, realiza-se à custa da sobreexploração dos ecossistemas. Estes factores estão na origem das várias ameaças, de origem antrópicas à Biosfera, e que são principalmente a perda e habitat, as alterações climáticas,a poluição (chuvas ácidas, rarefacção da camada de ozono e por compostos químicos) a introdução de espécies exóticas e a sobreexploração.

domingo, 2 de novembro de 2008

Valor da Biodiversidade (cont)

Se analisarmos o valor das plantas na nossa alimentação verificamos que de um universo de 10000 a 50000 espécies potencialmente comestíveis apenas elegemos 150, sendo que 90% do mercado se concentra sobre apenas 15 espécies. Com um crescimento demográfico de mil milhões a cada 15 anos poderemos continuar assim? Poderemos continuar a destruir as florestas tropicais ( já destruímos 40%) quando apenas testamos 1% das plantas de que resultaram 25% dos medicamentos conhecidos? O que se extinguiu foi para sempre. Portanto até de uma perspectiva estritamente económica agimos mal. Desbaratamos o programa perfeito de apuramento: mais de 3.5 mil milhões de anos de evolução (Economist).
Em 97 um grupo de ecologistas, geógrafos e conomistas estimou entre 16 a 54 triliões de dólares as funções desempenhadas pelos organismos.
Só na Europa e relativamente a medicamentos obtidos através de plantas ou animais selvagens movimentou-se no ano 2000, quinhentos mil milhões de dólares
Consciente da situação de potencial conflito, entre países detentores da tecnologia e países cujo território albergam ecossistemas mais ricos, a Convenção da Biodiversidade das Nações Unidas estabeleceu um protocolo, a que aderiram 170 países, regulamentando os interesses económicos inerentes à biodiversidade. Infelizmente, também neste caso os EUA não o subscreveu, para ter maior independência, mas o mesmo se passa com o Japão ou Noruega relativamente ás decisões da IWC sobre a pesca da baleia. Pessoalmente sempre achei inexplicável como uma nação como a Noruega, cuja cultura nos é mais familiar, insiste na caça à baleia.
Finalmente, gostaria por curiosidade de referir o exemplo do Girassol.
Esta planta foi trazida por Cristovão Colombo e introduzida ( mais uma exótica) em Espanha. Difunde-se pela Europa como planta ornamental. Imaginaria alguma vez
o navegador que séculos mais tarde o girassol se tornasse na principal fonte de óleo vegetal na Europa (de leste)?
A biodiversidade encerra em si mesma as soluções para os novos problemas que se nos colocam. Ao diminuir a riqueza dos ecossistemas, diminuimos também as nossas hipóteses de spbrevivência.

sábado, 1 de novembro de 2008

O Valor da Biodiversidade

Qual o valor a atribuir à biodiversidade?
Que processos ou funções realizam os seres vivos são susceptíveis de serem valorizadas? Ou seja, é possível atribuir-lhes um custo?
Vejamos exemplos de alguns processos.
Os ciclos biogeoquímicos regulam o fluxo de matéria e energia nos ecossistemas. Plantas e em especial microorganismos marinhos regulam o clima terrestre, ao reter o CO2 atmosferico e ao armazena-lo nos calcários .
Também algumas bactérias através da fixação do azoto atmosférico, possibilitam a entrada, sob a forma de nitratos,deste elemento químico nas plantas.E esta situação é muito mais económica e poluente que o recurso aos fertilizantes.Mas não devemos esquecer a acção depuradora de animais como ostras ou esponjas,a regulação do ciclo hidríco e a conservação do solo pelas plantas.Tudo funções essenciais a que dificilmente podemos atribuir um preço.Talvez seja mais perceptível o valor da biodiversidade quando recorremos a alguns seres microscópicos para resolver situações de desiquilíbrio provocadas por nós,como os derrames de petróleo.Nestes casos utilizamos a capacidade dos organismos eliminarem resíduos tóxicos no ambiente (bioremediação). Foi assim que, aquando do acidente do Exxon Valdez, os investigadores concluiram que as zonas onde foram utilizadas bactérias, que degradavam os hidrocarbonetos ,recuperavam cinco vezes mais depressa. Mas a capacidade das bactérias parece não ter fim, outras degradam os CFC ; nos anos 90 japoneses achavam que construindo um bioreactor com Synechococcus podiam eliminar o CO2. Ora neste momento em que não sabemos o que fazer ao CO2, se tal fosse possível...
Como nem sempre nos apercebemos imediatamente da potencialidade de determinadas descobertas, na verdade é comum em ciência, também o respectivo valor pode tardar. Veja-se a utilização das técnicas de PCR no DNA- permite obter multiplas cópias de DNA a partir de uma pequena amostra- que facilitou muito a engenheiria genética.Tal só foi possível quando um químico, vinte anos após a descoberta da bactéria Thermophilus aquaticus, se apercebeu da importância desta possuir enzimas resistentes a cem graus. E hoje ainda pouco sabemos sobre as fontes hidrotermais dos fundos oceânicos.
(continua)

domingo, 12 de outubro de 2008

Olá,



Não foi lá muito fácil descobrir um nome para o blogue.

Revisitei nomes da minha infância, bicharada mais ou menos esquisita, heróis que saíram da pena de Emílio Salgari, como Sandokan (por acaso não exprimentei o capitão Morgan

porque parece remeter-nos para o capitão daquela espécie de peixe que a miudagem gosta) que me permitiram dar várias vezes a volta ao Mundo sem contribuir minimamente para o aquecimento global. Era tudo à vela. E ao pensar em vela e marinheiros ocorreram-me as grandes e árduas viagens realizadas pelos pescadores-marinheiros, em veleiros como o Creoula, lá para os lados da Terra Nova e outros locais. Aí chegados era lançarem-se ao mar e atulhar (parece que se chegavam a afundar de tão carregados) os seus pequenos dóris, de grandes bacalhaus, que isto nesta altura devia ser difícil apanhar os pequenos. A alimentação desta malta também era muito variada, desde que incluisse bacalhau é claro! As técnicas de conservação ? Sal, que isto do R12 ainda não apetrechava estas embarcações. E carne de animais terrestres? galinhas em capoeiras.Mas capoeiras das grandes, ainda não era possível essa maravilhosa técnica de colocar duas galinhas no espaço de uma folha A4. E quando os doentes já nem com canja recuperavam, era levá-os para o navio hospital, o Gil Enes(?) que com regularidade rondava a zona. No final da cadeia, enquanto uns rejubilavam com o lombo do animal, outros vomitavam o óleo de fígado de bacalhau.

Bom, o resultado não podia ser o melhor. Como resultado da aplicação de toda uma tecnologia
sobre este recurso, durante demasiadas décadas, poderemos assistir à extinção, com a consequente perda de biodiversidade, de algumas das espécies. Resta-nos esperar que as tecnologias que nos ajudaram a dizimar, ou quase, as espécies, nos ajudem agora a preservar o que restou. Que ao valor alimentar e por conseguinte económico, que norteou (e norteia) a desenfreada exploração dos recursos marinhos se acrescente a perspectiva ecológica que nos possibilite gerir de uma forma sustentada o que nos resta.