domingo, 2 de novembro de 2008

Valor da Biodiversidade (cont)

Se analisarmos o valor das plantas na nossa alimentação verificamos que de um universo de 10000 a 50000 espécies potencialmente comestíveis apenas elegemos 150, sendo que 90% do mercado se concentra sobre apenas 15 espécies. Com um crescimento demográfico de mil milhões a cada 15 anos poderemos continuar assim? Poderemos continuar a destruir as florestas tropicais ( já destruímos 40%) quando apenas testamos 1% das plantas de que resultaram 25% dos medicamentos conhecidos? O que se extinguiu foi para sempre. Portanto até de uma perspectiva estritamente económica agimos mal. Desbaratamos o programa perfeito de apuramento: mais de 3.5 mil milhões de anos de evolução (Economist).
Em 97 um grupo de ecologistas, geógrafos e conomistas estimou entre 16 a 54 triliões de dólares as funções desempenhadas pelos organismos.
Só na Europa e relativamente a medicamentos obtidos através de plantas ou animais selvagens movimentou-se no ano 2000, quinhentos mil milhões de dólares
Consciente da situação de potencial conflito, entre países detentores da tecnologia e países cujo território albergam ecossistemas mais ricos, a Convenção da Biodiversidade das Nações Unidas estabeleceu um protocolo, a que aderiram 170 países, regulamentando os interesses económicos inerentes à biodiversidade. Infelizmente, também neste caso os EUA não o subscreveu, para ter maior independência, mas o mesmo se passa com o Japão ou Noruega relativamente ás decisões da IWC sobre a pesca da baleia. Pessoalmente sempre achei inexplicável como uma nação como a Noruega, cuja cultura nos é mais familiar, insiste na caça à baleia.
Finalmente, gostaria por curiosidade de referir o exemplo do Girassol.
Esta planta foi trazida por Cristovão Colombo e introduzida ( mais uma exótica) em Espanha. Difunde-se pela Europa como planta ornamental. Imaginaria alguma vez
o navegador que séculos mais tarde o girassol se tornasse na principal fonte de óleo vegetal na Europa (de leste)?
A biodiversidade encerra em si mesma as soluções para os novos problemas que se nos colocam. Ao diminuir a riqueza dos ecossistemas, diminuimos também as nossas hipóteses de spbrevivência.

3 comentários:

joão martins disse...

"a biodiversidade encerra em si mesma as soluções para os problemas que se nos colocam" _ gostaria de discordar: assim como os ecosistemas têm um limite intransponível sem causar dano que é designado por capacidade de carga, também a Biodiversidade como sistema complexo terá limites para a capacidade de suportar a taxa de agressões e ameaças induzidas por acção antrópica, a depuração natural do meio hídrico vai perdendo eficácia, quer por via do aparecimento de substâncias mais tóxicas e em maior quantidade, o desaparecimento de solo fértil acarreta empobrecimento de outras espécies e presssão sobre habitats; portanto a crença na capacidade regeneradora e salvadora da biodiversidade não parece ser sólida para a atitude de inverter o ciclo de perdas sucessivas e acumuladas de valor ecológico. Acredito que a espécie humana causadora do problema não pode fugir ao imperativo de construir a solução, sem ficar apenas pelo elencar das catástrofes e conformada com a destruição apocalíptica mas desenhando ou redescobrindo os equilíbrios necessários para que esta Nave continue navegando com vida pela Via Látea.

joão martins disse...

a biodiversidade encerra em si mesma as soluções para os problemas que se nos colocam" _ gostaria de discordar: assim como os ecosistemas têm um limite intransponível sem causar dano que é designado por capacidade de carga, também a Biodiversidade como sistema complexo terá limites para a capacidade de suportar a taxa de agressões e ameaças induzidas por acção antrópica, a depuração natural do meio hídrico vai perdendo eficácia, quer por via do aparecimento de substâncias mais tóxicas e em maior quantidade, o desaparecimento de solo fértil acarreta empobrecimento de outras espécies e presssão sobre habitats; portanto a crença na capacidade regeneradora e salvadora da biodiversidade não parece ser sólida para a atitude de inverter o ciclo de perdas sucessivas e acumuladas de valor ecológico. Acredito que a espécie humana causadora do problema não pode fugir ao imperativo de construir a solução, sem ficar apenas pelo elencar das catástrofes e conformada com a destruição apocalíptica mas desenhando ou redescobrindo os equilíbrios necessários para que esta Nave continue navegando com vida pela Via Látea.

Felicidade disse...

Também acredito na capacidade auto-regeneradora dos ecossistemas, desde que o Homem lhe dê tempo para isso, que não é o que se tem verificado. Por exemplo, nos Açores houve toda uma fonte de rendimentos que desapareceu e a respectiva comunidade, estou a referir-me à baleia, quando se praticava uma pesca artesanal que por si só talvez fosse capaz de respeitar essa mesma reposição natural ao invés de outros (Noruega e China e não sei se o Japão)que continuam numa grande escala a matar baleias.
Felicidade