sábado, 1 de novembro de 2008

O Valor da Biodiversidade

Qual o valor a atribuir à biodiversidade?
Que processos ou funções realizam os seres vivos são susceptíveis de serem valorizadas? Ou seja, é possível atribuir-lhes um custo?
Vejamos exemplos de alguns processos.
Os ciclos biogeoquímicos regulam o fluxo de matéria e energia nos ecossistemas. Plantas e em especial microorganismos marinhos regulam o clima terrestre, ao reter o CO2 atmosferico e ao armazena-lo nos calcários .
Também algumas bactérias através da fixação do azoto atmosférico, possibilitam a entrada, sob a forma de nitratos,deste elemento químico nas plantas.E esta situação é muito mais económica e poluente que o recurso aos fertilizantes.Mas não devemos esquecer a acção depuradora de animais como ostras ou esponjas,a regulação do ciclo hidríco e a conservação do solo pelas plantas.Tudo funções essenciais a que dificilmente podemos atribuir um preço.Talvez seja mais perceptível o valor da biodiversidade quando recorremos a alguns seres microscópicos para resolver situações de desiquilíbrio provocadas por nós,como os derrames de petróleo.Nestes casos utilizamos a capacidade dos organismos eliminarem resíduos tóxicos no ambiente (bioremediação). Foi assim que, aquando do acidente do Exxon Valdez, os investigadores concluiram que as zonas onde foram utilizadas bactérias, que degradavam os hidrocarbonetos ,recuperavam cinco vezes mais depressa. Mas a capacidade das bactérias parece não ter fim, outras degradam os CFC ; nos anos 90 japoneses achavam que construindo um bioreactor com Synechococcus podiam eliminar o CO2. Ora neste momento em que não sabemos o que fazer ao CO2, se tal fosse possível...
Como nem sempre nos apercebemos imediatamente da potencialidade de determinadas descobertas, na verdade é comum em ciência, também o respectivo valor pode tardar. Veja-se a utilização das técnicas de PCR no DNA- permite obter multiplas cópias de DNA a partir de uma pequena amostra- que facilitou muito a engenheiria genética.Tal só foi possível quando um químico, vinte anos após a descoberta da bactéria Thermophilus aquaticus, se apercebeu da importância desta possuir enzimas resistentes a cem graus. E hoje ainda pouco sabemos sobre as fontes hidrotermais dos fundos oceânicos.
(continua)

1 comentário:

Paulo Proença disse...

Ainda bem que o bacalhau sobreviveu até hoje pois muitas das pessoas que hoje vivem ou viveram devem a sua qualidade de vida a oleo intragável que da titulo ao teu blog ;) O mais interessante é que no futuro esse óleo ainda vai dar muito que falar...